domingo, 5 de abril de 2015

O que você vê abaixo?

A pintura abaixo pintada em baixo relevo pode ser vista na tumba de Ankh-Mahor. A pintura com forte apelo homo erótico, passou para a história contada nos livros sem muita polêmica.


A questão é o que se nota nessa gravura? A resposta dada de pronto pelos historiadores foi que trata-se apenas de uma operação de circuncisão - a mesma operação que no Brasil atualmente chamamos de operação de fimose.

Mas, efetivamente essa interpretação faz sentido pleno?

A questão é que para verificarmos se isso seria em definitivo uma prova material dos contatos g-zero-y no antigo Egito, ou se seria a "fotografia" da operação medicinal de retirada do prepúcio do pênis também muito comum entre os egípcios... temos que começar pelos fatos, então comecemos pelos fatos.

 A figura ilustra três escravos e dois egípcios (ou talvez dois escravos e um egípcio, se supormos que ambos os escravos sentados seriam o mesmo e que o egípcio em pé, seria a mesma pessoa, e muito provavelmente o dono da tumba AnkhMahor). Sabe-se que são escravos por causa do tipo de vestes.

Ok, fora a questão numérica, isso é um fato, existe sim um contato do escravo que encontra-se sentado com as partes íntimas do homem egípcio, e também por causa dos aparentes "instrumentos" na sua mão, poderia até ser um ato medicinal tal como interpretado por historiadores. Os argumentos favoráveis para essa versão são facilmente encontrados em sites e materiais da arqueologia e da área de história. Então, como contraponto, aqui vamos focar principalmente as perguntas sem respostas e os argumentos contrários:


Se é apenas uma circunstância da medicina profissional, por que o egípcio acaricia a cabeça do escravo? 

Se é realmente uma operação cirúrgica, porque ela estaria sendo realizada por escravos e não por médicos ou ainda sacerdotes que detinham o conhecimento da medicina na época? 

A circuncisão é realizada em crianças e excepcionalmente em adolescentes, porque estaria na pintura sendo realizada em um homem adulto?

Como negar que há um claro afago por parte do egípcio em relação ao escravo, demonstrando carinho e afeto por ele?

Qual o motivo que levaria alguém a querer registrar um ato cirúrgico em seu túmulo? A resposta dada até então pela ciência é que AnkhMahor seria um médico. OPS! Espera aí, se ele é o médico, não deveria ser ele a realizar a operação?  E não o contrário?

Se AnkhMahor seria médico, os escravos seriam seus aprendizes e ele a própria cobaia? Para cultura da egípcia época não faria muito sentido ensinar a arte da medicina a camponeses e artesões, poque o ensinaria a escravos?

Porque não poderia ser o registro de um ritual de prazer? Aparentemente não há tensão, medo ou dor na ilustração.

Como se vê há muito mais dilemas que respostas, mas de qualquer forma, seja pelo contato de uma suposta mão amiga ou pelo afago do egípcio, não há como fechar os olhos, é sim um registro de homo afetividade que remonta à longa antiguidade.



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